Thursday, March 16, 2006

 
Do livro “Einstein e Buda – Palavras Comuns”, de Thomas J Mcfarlane, vamos transcrever a introdução do autor feita ao capítulo “O CRITÉRIO DA VERDADE”:

“...

A experiência é o fundamento da ciência. Toda a teoria deve ser experimentalmente testada, e, se falhar, deve ser descartada ou modificada. Os cientistas concebem experiências não só para verificarem as suas teorias como para revelar quaisquer falhas. O desafio constante da experiência salva a ciência de se tornar um dogma fixo ou um labirinto de especulações infundadas.

Também o místico fala com a autoridade da experiência. Tal como o cientista, o místico procura afastar preconceitos escondidos, premissas e ilusões por forma a que ele ou ela possa ver aspectos subtis da realidade que estão normalmente escondidos.

As experiências do místico, tal como as do cientista, vão para além da normalidade. Testando as crenças religiosas através da experiência directa em vez de as aceitar pela fé, o místico conta com formas de conhecimento que poderão parecer diferentes das do cientista. Contudo, partindo da investigação directa, tanto o místico como o cientista encontram as verdades mais profundas da realidade

...”

Neste capítulo (O CRITÉRIO DA VERDADE), quatro citações:

“...Passemos então à substância dos factos. O princípio de qualquer acto de conhecimento, e por conseguinte, o ponto de partida de qualquer ciência, deve residir na nossa experiência pessoal ...” – Max Planck

“...A verdade em si mesma só pode ser auto – entendida no seio da consciência mais profunda do indivíduo...” – Buda

“... É difícil para o físico preso aos factos materiais aceitar a visão de que o substrato de todas as coisas é de carácter mental. Mas ninguém pode negar que a mente é a primeira e a mais directa das coisas que formam a nossa experiência, e que tudo o resto são inferências remotas...” – Sir Arthur Eddington

“... O mundo exterior é apenas uma manifestação das actividades da própria mente, e a mente apreende-o como um mundo exterior, simplesmente devido ao seu hábito de discriminação e falso raciocínio. Devemos ganhar o hábito de olhar para as coisas de modo verdadeiro. ...” – Buda

Notas sobre o Autor:

Thomas J. Mcfarlane é “um académico independente de considerável estatura”, nas palavras do eminente professor de religião e filosofia Huston Smith. Os seus artigos sobre ciência e religião têm aparecido regularmente em revistas e há mais de uma década que vem dando palestras sobre o assunto. Formado em Física pela Universidade de Stanford, possui igualmente formação de nível superior em matemática, filosofia e religião. Para além da sua produção académica, há mais de 12 anos que se encontra imerso no estudo comparativo entre ciência e espiritualidade e na prática das grandes tradições espirituais.

José António Machado Alves
Foto - Isabel Nobre Santos - Águia de Gaia

0 Comments:

Post a Comment

<< Home