Tuesday, January 17, 2006

 
SOBRE A COOPERAÇÃO... UMA REFLEXÃO.
Contributo do Dr. João Parente, membro do Ramo Lótus Branco:

“Quando muitas vezes se fala em cooperação e outras expressões similares, não se pensa verdadeiramente no alcance que têm nos mais diversos domínios.

Unidade é conceito básico de todos os movimentos de carácter espiritual. Pois o conceito está a chegar às áreas tecnológicas, designadamente economia, gestão e outras ciências sociais. O texto em anexo é extraído de um artigo escrito por um autor brasileiro que se ocupa, designadamente, do conceito de "METACOMPETÊNCIAS" que está a revolucionar os paradigmas do conhecimento, designadamente nas áreas referidas. Vale a pena ler.”

João Parente


“Quando falamos em união de forças, não estamos nos referindo apenas à união de indivíduos iguais, que, por serem iguais, naturalmente se juntam. Os diferentes também se aglutinam e, dessa forma, se assemelham. Na natureza temos vários exemplos, como o do líquen, que parece uma planta, mas na verdade é um organismo misto, formado pela junção de um fungo com uma alga. O fungo fornece a água de que a alga precisa para fazer a fotossíntese. O resultado nutritivo dessa reação química é distribuído entre ambos, e todos ficam felizes. Esse fenômeno chama-se simbiose, termo que em latim significa exatamente vidas juntas.
O líquen é um exemplo de seres diferentes que se juntam para poder viver. Separados, morreriam rapidamente. Já os humanos são, em princípio, semelhantes, mas nem por isso se toleram, em função de suas pequenas diferenças. E é exatamente a intolerância com as diferenças que provoca a desagregação social e produz a fraqueza da humanidade. Hoje vivemos à sombra do fundamentalismo. E o que é o dito-cujo, senão a intolerância levada a extremos? O fundamentalista diz: “Eu o odeio, porque você não pertence à minha religião, à minha classe social, à minha nacionalidade ou à minha cor de pele”. E é o homem que é o ser racional? O líquen parece mais inteligente.
Juntos, mas nem tanto
Há outra fábula que parece mostrar o caminho das pedras. Durante a era glacial, a maioria dos animais não resistia à baixa temperatura que se instalara na Terra e simplesmente congelava e morria. Foi quando uma manada de porcos-espinhos percebeu que, para se manterem vivos, seus membros deveriam ficar juntos para conservar a temperatura e a vida. Dessa forma, o calor de um aquecia o corpo do outro, evitando desperdício térmico, agasalhando-se mutuamente.
A solução parecia perfeita, entretanto um inconveniente veio para atrapalhar o plano: quanto mais juntos ficavam, mais aquecidos se sentiam, mas também mais se feriam com os espinhos uns dos outros. Magoados com as espetadas mútuas, voltaram a separar-se. Separados, começaram a morrer de frio. Foi então que, premidos pela necessidade do convívio, tiveram que aprender a coexistir. Mantiveram a idéia da aglutinação, mas agora respeitando um pequeno espaço entre eles, o suficiente para que seus espinhos não ferissem uns aos outros."

Extracto do artigo de Eugénio Mussak, “A união faz a força”, escrito sob o lema:
A vida em sociedade fica mais fácil se entendermos
que dependemos uns dos outros para viver melhor

Foto é de Isabel Nobre: Patos nadando perto da Fortaleza de Naarden, HOLANDA.

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